Poemas e urgência
-5%

Poemas e urgência

Pelagagi, Andrea / Escritor

13,50 €
12,83 €
IVA incluido
Editorial:
Editora Urutau
Año de edición:
2024
Materia
Literatura-poesía
ISBN:
978-65-5900-580-2
Páginas:
127
Idioma:
Portugués
Encuadernación:
Rústica
Alto:
165mm
Ancho:
130mm
13,50 €
12,83 €
IVA incluido
Añadir a favoritos

O título Poemas e urgência aponta ao leitor o que se instalará à flor-da-pele (ou no fio da lâmina) das palavras. Essa urgência-singular é unânime e ecumênica, mesmo que, por vezes, camuflada pela leveza de cenas sutis flagradas do cotidiano.
Pelagagi incensa a ancestralidade através do olfato, os cheiros, temperos, perfumes, especiarias: a hortelã da infância, a dama-da-noite, o pão, o azeite, o vinho e, por que não dizer, do sangue rizomático que assombra a menina que habita a mulher, que abriga a mãe. “Ser menina é urgente”, a frase do poema “Matrioska” ecoa pelas páginas do livro. O poeta inglês William Wodsworth escreveu, Machado de Assis ratificou: o menino é o pai do homem. Entretanto, fica a interrogação: a menina é o pai da mulher? A menina é a mãe da mulher? Ou é apenas “A origem do mundo” — rasgo metafórico e fundura infinita representados pela pintura de Gustave Courbet? Afinal de contas o que quer a menina como a sua descendência? E com ascendência? O que ela inaugura?
Esses e outros enigmas tornam-se insumos para a formulação poética pelagagiana. O que é tempo, por exemplo, ela indaga em “Fotografia que não fiz”: “capturei você ali sentado à janela/com idade indizível/Novo, velho, eterno/naquela expressão de viver”.
Em “Primeiro andar”, o medo, infiltrações e rachaduras (símbolos de nossas fendas existenciais?) são bichos noturnos que tanto provocam a nudez quanto desassossegam. O mundo exterior, o pânico, a morte, a violência, o vírus e seus tentáculos afetam e dão substrato à escrita, como auscultamos em “Era para ser um ensaio”, “Choro”, “Pandemia I”, “Pandemia II”, “Para o menino da foto”, “A impressão de existir(em)”, “Black Lives Matter”, “Ruas ilustres”, “Tsunami” e outros.
Andréa homenageia alguns de seus autores prediletos, num trânsito intertextual que atesta a força, a profundidade e a intrínseca musicalidade de sua trajetória literária. Assim como a “Valsa número 2”, de Shostakovich, que assovia aos nossos ouvidos, enquanto sonhamos a pedido do poema “Sexta-feira”, trago o antológico “Urgentemente”, de Eugénio de Andrade, como um mantra lírico a nos acompanhar nessa travessia, como uma senha (ou mote) da esperança que supostamente nasce à revelia, no inconsciente poético desta obra. Sim, é urgente o amor, é urgente permanecer. Assim como é urgente seguirmos verso a verso até o Posfácio, “O lugar era de uma aridez só/ Mas dava pra ver, de longe, se olhasse bem, uma flor/O homem era de uma aridez só/Mas dava pra ver, de longe, se olhasse bem, o amor/O texto era de uma aridez só/Mas dava pra ler, lá no meio, se decifrasse bem, alguma coisa além”.

Eltânia André

Artículos relacionados

  • Águas para te beber amor
    Arziki, Lolo / Escritor
    Quer comer chocolate, mas abomina o açúcar, assim dizem que quanto mais preto melhor. Quanto mais preto mais amargo, difícil de digerir, mas é instigante o desconforto que causa, comem suavemente na tentativa de aliviar a dureza. O de leite não é saudável, muito doce, misturamos o amargo do chocolate com café e assim satisfazemos o nosso vício, preto no preto, sólido no líquido...
    En stock

    13,00 €12,35 €

  • Sutura
    Osorio, Manuel / Escritor
    Sutura es un poemario que explora las heridas que laten bajo la superficie de lo cotidiano. A través de imágenes evocadoras —un tren que se desvanece en polvo, un poeta-cadáver con ojos vivos, islas de identidad dispersas—, este libro invita a reflexionar sobre cómo coser el desgarro entre lo real y lo imaginario.No es una cura, sino un mapa de cicatrices: cada verso, como hilo...
    En stock

    12,95 €12,30 €

  • Versos del todo y la nada (2 vols.)
    Lorenzo, Ana Maria / Escritor
    En la esencia de los versos que nacen del todo y la nada, encontramos un susurro eterno que reverbera en la conciencia humana. El "todo" representa el vasto universo y su infinita complejidad, una totalidad en la que cada elemento forma parte de un engranaje mayor, pero cuya magnitud escapa a la comprensión absoluta. Es el ser, la creación, el movimiento y la interconexión. Es ...
    En stock

    22,95 €21,80 €

  • Polo miúdo
    Martínez-Conde, Ricardo / Escritor
    Todo camiño foi feito para o que anda sóSer ou non ser; imposible ou posible?Convocou a unha reunión á súa propia memoria… e non acudiu ninguén“Poñede flores: necesito conversación”, escribiu o poeta ...
    En stock

    14,20 €13,49 €

  • Viento variable
    Una flor muda es sabia por discreción: ve, escúchalaY tú, que entiendes, dile que no volveré si no es con lluviaCasi amanece. Las flores, en silencio piensan su viajeDentro del cielo habrá también secretos: el atardecer ...
    En stock

    13,20 €12,54 €

  • Natural Dialogues
    Martínez-Conde, Ricardo / Escritor
    Movement is an old balance, the shadow knows it…and when the wave breaks, she rises in her flights…What is here is the new landscape of what has been lived ...
    En stock

    13,20 €12,54 €