Souto Ferreira, Luna / Escritor
Travesty. Sou e me encanta. Me dói e me espanta, me carrega e
me levanta. Me mundo me murra. Me luz de minha escura. Me
atravessa travessa. Espessa. Sentada na sarjeta, murro que tenta
me deixar murrada e pensando em toda minha curta e grande
estrada, espero
a esperança. Cansa. Mas cansa. Cansada dessa
paz branca manchada de sangue. Me Te Nós. Mete em mim e
não vejo o fim da dor. Voei pro sol demais e minhas asas derreteram, eram apenas uma cis-ilusão. Cai. Sentada eu me sangro no
mangue e penso em Deus, que Deus? Trago um dos meus poucos
cigarros: será que em algum dia poderei te perdoar?