Apeadeiro sul
-5%

Apeadeiro sul

Milhanas Machado, Isabel / Escritor

13,00 €
12,35 €
IVA incluido
Editorial:
Editora Urutau
Año de edición:
2022
Materia
Literatura-poesía
ISBN:
978-65-5900-209-2
Páginas:
52
Idioma:
Portugués
Encuadernación:
Rústica
Alto:
160mm
Ancho:
125mm
13,00 €
12,35 €
IVA incluido
Añadir a favoritos

Depois da fonte, houve sempre um portal que me levava para a cidade, para os treinos, para a escola. “Este comboio efetua paragens em todas… excepto…”. A Isabel é feita deste material: cargas, passageiros, vidas cheias, a abarrotar histórias do interior mais naive, transportadas até à grande metrópole da vida adulta e ao banco do jardim no parque da velhice.
Ler a Isabel é observar um quadro a ser pintado; desde o primeiro traço, desenrola-se num alguém e num lugar que temos cá para dentro. Lembra até uma conversa que tive naquele dia ou no outro ano, quando fiz aquilo ou disse ao outro.
O Apeadeiro Sul é o corpo numa, duas ou mil miragens desenhadas a carvão, esboços do lápis mordiscado que perduram só no após, a fria espera, o abraço amadeirado, hemorragias internas da perda e a vontade de mandar tudo às urtigas. Até que de repente cheira a café outra vez. É um lugar de abrigo, escape e de inevitáveis despedidas. Raios as partam. Um apeadeiro guarda todos os segredos: está cheio de fugas e esconderijos para lá do banco de espera. Lugar predilecto dos que apanham o das duas em dias de escola para ir namorar às escondidas. Aqui nunca se está aborrecido: enquanto o regional não chega, passam os rápidos— dão um abanão valente —, observamos os pássaros que pousam no toldo onde nos abrigamos em dias invernosos à espera do das sete. Se estivermos sozinhos, ouvimos das valas a água escassa e damos especial atenção aos avisos. De repente, reparamos que agora põem mais vezes aquele aviso sobre a distância da plataforma desde que um homem morreu esmagado. Se estivermos acompanhados, reclamamos dos atrasos e das greves constantes, ouvimos as conversas agora audíveis dos vizinhos que erram sempre no meu nome. Partimo-nos em dois cada vez que pisamos um apeadeiro, ora deixamos um outro ou um eu: pura melancolia, abandono apaixonado, horas por preencher, horas preenchidas, vidas abençoadas e almas amaldiçoadas que pensamos conhecer. O fascínio de ver os comboios a chegar várias vezes ao dia é impagável. Aquilo somos nós.

Rodolfo Freitas

Artículos relacionados

  • Entardece
    Martínez-Conde, Ricardo / Escritor
    A lúa pensaque todo ser amadonaceu coa noiteO mariñeiro,un camiño por facer.Lene brumaA néboa chegoue agranda o murmurio;logo esvaeráSempre deitabaesperando a marea.cerca dos soños ...
    En stock

    12,60 €11,97 €

  • La flor invisible
    Esteban de la Fuente, Ricardo / Escritor
    El cero o el infinito aparecen en este poemariosumergiéndonos en el sonido indescifrable del alma,donde la flor invisible transparenta sus secretosexhalando el aroma de su pequeño universo.Los pétalos se abren, los párpados se cierran,la aurora del poema inicia quedamente su vozexpandiendo su fulgor en silencio...Solo queda el misterio del amorcomo una llama en el aire,desnudan...
    En stock

    12,95 €12,30 €

  • Águas para te beber amor
    Arziki, Lolo / Escritor
    Quer comer chocolate, mas abomina o açúcar, assim dizem que quanto mais preto melhor. Quanto mais preto mais amargo, difícil de digerir, mas é instigante o desconforto que causa, comem suavemente na tentativa de aliviar a dureza. O de leite não é saudável, muito doce, misturamos o amargo do chocolate com café e assim satisfazemos o nosso vício, preto no preto, sólido no líquido...
    En stock

    13,00 €12,35 €

  • El arcón de mis secretos
    Campo, Josefina / Escritor
    En nuestro más profundo ser, todos tenemos un lugar, un espacio, un cajón, un armario, una habitación, un trastero, un arcón, una carpeta... donde guardamos, en muchas ocasiones, trastos inservibles e inútiles con el paso del tiempo, cachivaches de todo tipo que pusimos a buen recaudo en un “por si acaso”, recuerdos entrañables que, después se nos han ido olvidando o, por el co...
    En stock

    12,95 €12,30 €

  • Sutura
    Osorio, Manuel / Escritor
    Sutura es un poemario que explora las heridas que laten bajo la superficie de lo cotidiano. A través de imágenes evocadoras —un tren que se desvanece en polvo, un poeta-cadáver con ojos vivos, islas de identidad dispersas—, este libro invita a reflexionar sobre cómo coser el desgarro entre lo real y lo imaginario.No es una cura, sino un mapa de cicatrices: cada verso, como hilo...
    En stock

    12,95 €12,30 €

  • Versos del todo y la nada (2 vols.)
    Lorenzo, Ana Maria / Escritor
    En la esencia de los versos que nacen del todo y la nada, encontramos un susurro eterno que reverbera en la conciencia humana. El "todo" representa el vasto universo y su infinita complejidad, una totalidad en la que cada elemento forma parte de un engranaje mayor, pero cuya magnitud escapa a la comprensión absoluta. Es el ser, la creación, el movimiento y la interconexión. Es ...
    En stock

    22,95 €21,80 €