A simpatia dos exilados
-5%

A simpatia dos exilados

Almeida Freire, Manuel / Escritor

13,00 €
12,35 €
IVA incluido
Editorial:
Editora Urutau GD7
Año de edición:
2023
Materia
Literatura-poesía
ISBN:
978-65-5900-481-2
Páginas:
82
Idioma:
Portugués
Encuadernación:
Rústica
Alto:
165mm
Ancho:
130mm
13,00 €
12,35 €
IVA incluido
Añadir a favoritos

Este livro de Manuel Almeida Freire foi escrito no decurso de duas pestes mortíferas (a pandemia do vírus Covid-19 e a guerra suja de Putin) e de outra ainda mais mortífera (a anunciada peste climática, que tudo indica ir pôr fim à vida no planeta que habitamos).
Este pano de fundo convoca indignação e, no caso de haver talento disponível, a expressão acutilante dessa indignação. O horror que defrontamos não se compadece com uma linguagem penteada e vigiada, antes sugere, com grande força e acinte, o uso deliberado daquele calão feio, do qual o grande poeta americano Carl Sandburg dizia que ele é “a linguagem que arregaça as mangas, cospe nas mãos e vai à vida”.
O autor deste livro usa o verso livre, que notáveis poetas do século xx rejeitaram, mas que outros, igualmente notáveis, acolheram.
O verso livre acomoda bem a linguagem brutal, vingativa e assassina, que se impõe, como reacção inútil mas incontornável, ao pesadelo que vivemos e promete ser terminal.
O verso livre e indignado é aquela espécie de “gaguez organizada”, de que falava Marshall McLuhan, a propósito de linguagem, e que esta, de Manuel Freire, é, muito em particular, bom exemplo.
W.H. Auden definia a poesia como “a expressão clara de sentimentos confusos”. O verso livre do autor deste livro nunca deixa de ser claro, mesmo quando glosa a grande confusão que nos cerca e os sentimentos contraditórios que nos visitam. Sandburg, a que já atrás recorremos, dizia que a poesia é misturar jacintos com biscoitos. A poesia fala-nos, realmente, muitas vezes, de “aproximações” improváveis ou bizarras: estas poderão confundir-nos, mas a linguagem que no-las veicula não deve acrescentar à confusão: deve ser clara, para nos permitir visitar a complexidade e o contraditório, sem nos perdermos pelo caminho.
A “linguagem afiada”, de que nos fala um poema deste livro, é isto mesmo: clara, na sua acutilância bem afiada e vingadora.

Eugénio Lisboa

Artículos relacionados

  • With foxgloves on our fingers / Con estraloques nos dedos
    Catalán, Andrés / Escritor Xubín, Isaac / Escritor Payne, Keith / Escritor
    The earth is rippedbeneath out feetspring tides of blood red flowfrom cracks of stonetraces of eroded cliffsstray bird featherscrucified on the earth—A terra está esgazadadebaixo dos nosos pésunha marea vermellaverte dende a fenda dunha pedrade cantís erosionadosplumas de aves perdidascrucificadas na terra—La tierra se desgarrabajo nuestros piesmareas de rojo sangre fluyende la...
    En stock

    13,00 €12,35 €

  • Para quem está se afogando crocodilo é tronco
    Vaz Mourão, Wladimir / Escritor
    Aquilo que se faz pela apática busca da beleza resulta na assepsia da própria vida. Portanto, ao falar deste livro, não evocarei o azul atlântico das distâncias que constroem a língua estrangeira de todos os lugares, nem as montanhas cobertas com o verde da primavera tecida nos olhos da infância ou algum carnaval dos sentidos perdido na linha da história. Tudo caberia aqui, mas...
    En stock

    13,00 €12,35 €

  • Violetas en el jardín de mi alma
    Fernández Chica, Anna / Escritor
    Antología poética de Anna Fernández Chica. ...
    En stock

    15,50 €14,73 €

  • Fmeni
    Abuín, Roberto / Escritor
    Dos beizos incriblemente abertos da florO poema esperta na rosa. Dá brazadas no aire. Corre no soño do idioma. Estira a memoria nocturna da lingua, rompe, curva a auga contra a pedra. É de ninguén. Entre as palabras, o raio do día, o poema abre os ollos na ría, o mínimo para que o sol poida entrar. Perla, tensa cada letra no canto. Liba, non produce o mel. Murmura, pregunta, su...
    En stock

    13,00 €12,35 €

  • Descolonizar o sujeito poético
    Duarte Brandão, Sara / Escritor
    Descolonizar é preciso.Sara Duarte Brandão — “sou um frágil desencontro entre o corpo e a palavra” — proporciona-nos neste seu lucipotente livro uma lenta e incendiária viagem no mar alcandorado da Palavra, esse animal indomável.(Bem sabe Sara que são sempre as palavras que vencem, resistindo ao silêncio, à distância, ao tempo e à ausência.)Viagem fecunda, sem métrica, sempre c...
    En stock

    13,00 €12,35 €

  • A minha pele arde como o sol quente que nela ecoa
    Matos, Benedita de / Escritor
    A poesia encontra veios para simbolizar o que, no mais das vezes, não vem a lume pelo ordinário arranjo de palavras — ou sequer ressoa num significante próprio. Daí a necessidade de compor acordos textuais para dizer do que, à primeira vista, se mostra indizível, notadamente por meio daquele expressar corriqueiro.Compondo seu modo peculiar de exercitar o dizer poético, Benedita...
    En stock

    13,00 €12,35 €